Socorro, meu leite não sustenta!

11:09 PM

Eu tenho pouco leite???

Vamos com calma mãezinha...

Todos os dias eu me deparo com essa pergunta e a resposta é NÃO, é claro que sempre há as exceções.




Primeiro gostaria de contar-lhes um detalhe importante sobre a anatomia do bebe. Seu estômago nos primeiros dias de vida tem o tamanho de uma cereja de bolo, ou, se você preferir outra comparação, o tamanho de uma bolinha de gude, ou seja, a necessidade calórica no início da vida neonatal é pequena e sacia as necessidades biológicas do bebe.

As gotinhas de colostro que aterrorizam as mamães são tudo o que eles precisam para se desenvolver. Lembrando que o colostro é parte do leite produzido pelos ductos lactíferos e possui quantidades ricas de proteínas, anticorpos materno e água.

Nos primeiros dias após o parto, a secreção de leite é pequena, menor que 100ml/dia, mas já no quarto dia a nutriz é capaz de produzir, em média, 600ml de leite.

Tem mulheres que a descídua do leite ocorre de um a três dias após o parto. Esses casos devem ser bem acompanhados pelo médico, lembrando que mesmo sem leite a mãe não deve parar de oferecer a mama ao bebe, pois a estimulação ajuda na produção. A mama quando está vazia produz mais quantidades de leite.




Vamos à lição numero um desse post: Seu leite é o melhor leite que existe, jamais em tempo algum qualquer laboratório irá fazer qualquer formula infantil semelhante.

Por outro lado, a dor, o estresse, a ansiedade, o medo, e a falta de autoconfiança podem inibir a liberação da ocitocina, prejudicando a saída do leite da mama.




O que devemos saber é que alguns fatores podem interferir na formação do hábito alimentar na infância. O paladar do bebe é fortemente influenciado pelos hábitos alimentares da mãe. Durante a sétima e oitava semanas de gestação, as papilas gustativas já estão sendo formadas e os alimentos ingeridos pela mãe influenciam no gosto e odor do líquido amniótico, consequentemente influenciam também no sabor do leite materno que será oferecido posteriormente para o bebê.

Há diversos estudos que afirmam que é possível que experiências intra-uterinas contribuem para preferências futuras de sabores. O líquido amniótico é aromático e o seu odor é influenciado pela dieta da mãe.

Ou seja, a natureza é tão sábia, que de maneira adaptativa as experiências intra-uterinas vão introduzindo o bebe ao hábito alimentar da família. Ele se identifica com o sabor do alimento que será o mais ofertado a ele.




É claro que o fator ambiental também exerce grande influência, como por exemplo a comida ofertada durante a primeira infância, a lancheira do colégio, os alimentos mais oferecidos para os filhos pelos pais e a própria alimentação dos pais e cuidadores, assim como condições sócio econômicas.


Na vida adulta, a alimentação obtida desde a infância contribui fortemente para o aparecimento de doenças crônico-degenerativas como a hipertensão e o diabetes por exemplo.

O seu bem estar reflete no bem estar do seu bebe.




Por Patrícia Santinello Migliorini

Médica residente de pediatria do Hospital municipal Dr. Mario Gatti/ Campinas-SP.

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