Fisioterapia no Pré-Parto
7:59 PM
A gestação é um período de grandes mudanças corporais e psicológicas na vida da mulher. Apesar de natural, este estado exige alguns novos cuidados para com a saúde. Dentre estes cuidados, os exercícios para a musculatura do assoalho pélvico (MAP) são indispensáveis.
Durante a gestação, a sobrecarga nos músculos do assoalho pélvico está extremamente aumentada. Afinal, além de sustentar o peso constante dos órgãos pélvicos femininos agora ela precisa sustentar todo o peso do bebê e dos anexos embrionários (placenta, líquido amniótico, etc), durante toda a gestação. Por este motivo seria ideal que a mulher treinasse sua MAP antes, durante e após a gestação.
A Fisioterapia tem se mostrado bastante eficaz durante o pré-natal preparando a gestante para o parto normal, com diversas técnicas. Os treinos de força, coordenação motora da MAP, alongamento, o relaxamento e a massagem perineal.
As técnicas e recursos fisioterapêuticos são bastante úteis para facilitar e proteger a musculatura pélvica na hora do trabalho de parto, minimiza eventuais sequelas musculares e/ou teciduais (cicatrizes na episiotomia causando aderências que podem ocasionar dor durante a relação sexual), prepara a musculatura permitindo uma recuperação melhor e mais rápida.
Na Inglaterra, desde 1912, o fisioterapeuta atua tanto no pré-natal como na assistência ao parto. Na França e na Bélgica, há mais de 40 anos a fisioterapia é um recurso também no trabalho de parto. Nos países nórdicos, os fisioterapeutas também estão incluídos na equipe de atenção obstétrica. Mas aqui no Brasil ainda são poucas as gestantes que realizam um treinamento dessa musculatura como preparação para o parto normal, visto que a incidência de partos cesarianos está entre as maiores taxas do mundo.
É importante lembrar que problemas como incontinência urinária e prolapso genital podem surgir tanto no pós-parto imediato quanto tardiamente (anos depois), por isso a importância da conscientização e treinamento desses músculos em todas as faixas etárias da mulher.
A FISIOTERAPIA PÉLVICA é de extrema importância para prevenção de incontinência urinária, provocada por esforços como tosse, espirro, riso, exercícios e outros. A prática também auxilia nos cuidados com as urge incontinências – quando o desejo de urinar é intenso e a pessoa pode urinar no decorrer do caminho ao banheiro.
A Fisioterapeuta Regiane Santinello Migliorini, especialista em Fisioterapia das Disfunções do Assoalho Pélvico pela Irmandade Santa Casa de Misericórdia de São Paulo, explica que a Fisioterapia Pélvica em gestantes é realizada principalmente com exercícios de alongamento, fortalecimento, relaxamento da musculatura perineal e mobilização da pelve. A bola suíça, por exemplo, utilizada no pilates auxilia nos exercícios de mobilização pélvica e na conscientização perineal.
Outro recurso é a massagem perineal, cuja função principal é permitir um relaxamento progressivo dos músculos do assoalho pélvico. Essa massagem é fundamental quando o aumento na elasticidade da abertura vaginal é importante facilitando a distensão muscular na hora do trabalho de parto, minimizando lesões que por ventura possam ocorrer.
Os exercícios fisioterápicos promovem inúmeros benefícios ao corpo, minimizam as consequências da gestação e do parto, porém, a realização dos mesmos não determinará uma maior possibilidade em realizar parto normal ou cesariano, visto que nem sempre o parto transcorre como planejado pela mãe e seu obstetra. Sendo sempre priorizando a segurança da mãe e do filho.
Vale ressaltar que um músculo preparado corre menos risco de lesão. Tanto para o parto normal quanto para a cesariana, a MAP deve ser preparada com exercícios, sempre com a permissão do medico ginecologista e executados por um fisioterapeuta especializado, e isso pode minimizar em muito os riscos.
Por Patricia Santinello Magliorini
É natural de São Paulo. Médica, formada pela Universidade José do Rosario Vellano em Alfenas. Atualmente médica residente no Hospital Dr. Mario Gatti em Campinas. Pediatria é a sua paixão.
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